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Páscoa com Cristo e com o papa Francisco

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Celebramos a Páscoa de 2013 com os olhos e o coração voltados para Roma, onde o papa Francisco celebrou a sua primeira Semana Santa.

Dom Bernardino MarchióBispo Diocesano

Dom Bernardino Marchió
Bispo Diocesano

As suas palavras e os seus gestos chamaram a atenção do mundo inteiro, porque todos perceberam o seu objetivo: ajudar a humanidade a contemplar Cristo que dá a vida por nós e fazer com que Cristo, através da nossa fé e da nossa adesão ao seu ensinamento, se torne presente no mundo moderno. E para ajudar os leitores a entrar no “estilo” de papa Francisco, vou destacar, neste e no próximo artigo, alguns pronunciamentos do Santo Padre ao longo da Semana Santa.

Conforme a tradição, toda quarta-feira o Vaticano abre as portas para os fiéis do mundo inteiro e o papa saúda os peregrinos e faz uma catequese.

Francisco fez a primeira audiência geral exatamente na Quarta-Feira Santa e assim falou para os cristãos:

“Mas que significa viver a Semana Santa para nós?”, indagou. ‘‘É acompanhar Jesus no seu caminho rumo à Cruz e à Ressurreição. Em sua missão terrena, ele falou a todos, sem distinção, aos grandes e aos humildes, trouxe o perdão de Deus e sua misericórdia, ofereceu esperança; consolou e curou. Foi presença de amor. Na Semana Santa, vivemos o vértice dessa caminhada de Jesus, que se entregou voluntariamente à morte para corresponder ao amor de Deus Pai, em perfeita união com sua vontade, para demonstrar o seu amor por nós.”

O Papa, então, perguntou: ‘‘Que tudo isso tem a ver conosco? Significa que essa é também a minha, a tua, a nossa caminhada. Viver a Semana Santa seguindo Jesus quer dizer aprender a sair de nós mesmos, ir ao encontro dos outros, ir às periferias da existência, encontrar sobretudo os mais distantes, os que mais necessitam de compreensão, de consolação, de ajuda.”

Viver a Semana Santa, diz Francisco, é entrar sempre mais na lógica de Deus, do Evangelho. A falta de tempo não é desculpa, disse o papa. ‘‘Não podemos nos contentar com uma oração, uma Missa dominical distraída e não constante, de algum gesto de caridade, e não ter a coragem de ‘sair’ para levar Cristo.”

‘‘A Semana Santa é um tempo de graça que o Senhor nos doa para abrir as portas do nosso coração, da nossa vida, das nossas paróquias, dos movimentos, das associações, e ‘sair’ ao encontro dos outros para levar a luz e a alegria da nossa fé, um raio de amor do Senhor. Sair sempre! E isso com o amor e a ternura de Deus, no respeito e na paciência.”

Portanto, a lógica da Semana Santa é a lógica do amor e do dom de si mesmo, que exige deixar de lado as comodidades de uma fé cansada e rotineira para levar Cristo aos demais, abrindo as portas do nosso coração, da nossa vida, das nossas paróquias, movimentos, associações, levando a luz e a alegria da nossa fé. Viver a Semana Santa seguindo Jesus significa aprender a sair de nós mesmos para ir ao encontro dos demais, até as periferias da existência. Há uma necessidade imensa de levar a presença viva de Jesus misericordioso e rico de amor.

E o papa mostrou com as sucessivas celebrações qual mensagem queria que ficasse no coração dos católicos.

Na Quinta-Feira Santa, o papa, depois de ter convidado os padres a serem “mediadores da graça de Deus e não apenas gestores ou funcionários”, foi ao Presídio de Menores de Casal del Marmo, onde lavou os pés de doze adolescentes – um gesto significativo que questionou a humanidade, porque o papa Francisco diz que o verdadeiro poder é servir e amar.

E, para terminar a reflexão de hoje, lembro ainda algumas palavras da Sexta Santa, depois da Via-Sacra no Coliseu de Roma:

“Não quero acrescentar muitas palavras. Nesta noite, deve permanecer uma única palavra, que é a própria Cruz. A Cruz de Jesus é a Palavra com que Deus respondeu ao mal do mundo. Às vezes parece-nos que Deus não responde ao mal, que permanece calado. Na realidade, Deus falou, respondeu, e a sua resposta é a Cruz de Cristo: uma palavra que é amor, misericórdia, perdão. É também julgamento: Deus julga amando-nos. Se acolho o seu amor, estou salvo; se o recuso, estou condenado, não por Ele, mas por mim mesmo, porque Deus não condena, Ele unicamente ama e salva.”


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